Em nossa profissão fala-se muito sobre a arte de ouvir, de escutar atentamente os mediandos ou partes de um processo, a famosa "escuta ativa". Quão difícil é ouvir sem imaginar: "porquê ele agiu assim?" ou "como ela aguentou tudo isso?" Durante as sessões, temos o difícil papel de ouvir sem julgar, ouvir com imparcialidade, como se fosse totalmente possível....se os mediadores e conciliadores fossem seres inanimados, sem sentimentos, sem distrações e abstrações, talvez fosse possível conseguir a tão sonhada imparcialidade. E nesse caso, intimamente, torcer para um dos lados seria possível.....mas após ouvir cada uma das partes e seus representantes, nossa tarefa de mediar e conciliar as lides, passo a passo, com paciência e objetividade se agiganta e ensina o caminho do diálogo perdido, da restauração da confiança, da entrega e do perdão, do novo caminho a ser traçado dali em diante, pois o que ficou para trás não volta naquele momento, e se voltar, precisa que o outro saiba o quanto machucou e que um simples pedido de desculpas poderia ter resolvido tudo....pois se um deles falou, o outro não ouviu.
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Ver tudohttps://drive.google.com/drive/folders/1h0N7HtOKxCluYHThPMu50C3K9ugdv6OS?usp=sharing Artista: Laura Arézio
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Querida Simone,
o seu texto transmite uma sensibilidade admirável e uma profunda compreensão dos desafios da mediação. A forma como você descreve a complexidade de ouvir sem julgar e a busca pela imparcialidade, apesar das distrações humanas, é tocante e muito realista. É inspirador como você transforma esse papel difícil em uma jornada de aprendizado, que resgata o diálogo, restaura a confiança e abre caminhos para o perdão. A sua escrita, além de cativante, reflete a essência da mediação como uma arte que toca e transforma vidas. Parabéns por expressar com tanta empatia e esclarecer essa dimensão tão especial da nossa profissão!